Ví uma nota no site de design da Fast Company e achei genial, porém, analisei melhor a situação e acabei ficando bem preocupado. Vamos aos fatos:

Este é o Piccolo. Um pequeno gadget (ainda protótipo) que permite desenhar com lápis, canetas, pincéis, etc… em cima de superfícies de papel.

Funciona do mesmo jeito que uma plotter, utilizando uma saída do computador ligada ao aparelho, e ele reproduz a imagem que está no sistema. Por enquanto, ele permite apenas reproduções do tamanho de uma nota de dólar, porém, esse é só o início.

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Fantástico não?

Pois bem. Do ponto de vista técnico, é perfeito. Dar ares mais rústicos e artesanais aos trabalhos em grande escala, sem aquele aspecto de produção em massa, rapidez na confecção deste material, unidade e padronagem perfeitas…

Mas e o artista que trabalha manualmente e individualmente suas obras? Como ele fica? Mais uma vez, seu trabalho será minimizado para a grande massa. Claro que sempre teremos apreciadores de sua arte, porém, cada vez menos teremos pessoas que se especializam em arte. Já vimos isso acontecer em outros tempos. Vai dizer que você não conhece ninguém que comprou um PC anos atrás e, com um conjunto de softwares gráficos, começou a produzir desde cartões de visitas a catálogos de empresas? Ou aquele amigo que fotografava as viagens da família e daí comprou uma máquina digital bem legal e barata e começou a fotografar casamentos, produtos das empresas dos amigos, etc…?

Claro que isso não tirou o trabalho de bons profissionais, porém, por um tempo, sucateou a profissão. E, mais que isso. Para a grande maioria que não tem a vivência nas artes, o tipo de trabalho do profissional acima é aceitável.

O artista que é ilustrador hoje, não perderá seu trabalho e continuará tendo o respeito do nosso público. O que me deixa preocupado é que, cada vez mais a grande sociedade deixará de aceitar a verdadeira arte e acreditará que tudo pode ser feito pela máquina.

 

Mas, voltando ao Piccolo, isso não tira o mérito do Diaton Studio, de Londres, criadores da máquina. Foram estremamente criativos a ponto de recriar o traço humano feito por uma máquina e, se tudo der certo, pelo preço de US$ 70.

Para eles, nota dez. Para futuros consumidores, fica a dica das publicidades de alccol na TV: use com moderação.

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